Pesquisadores fizeram uma aproximação facial do crânio de Zuzu, um homem que viveu há 9.600 anos no Brasil, e revelaram como ele pode ter sido em vida. O esqueleto foi encontrado em 1997, na posição fetal, em um sítio arqueológico no Parque Nacional Serra da Capivara, no Brasil. Com base no tamanho e formato do crânio, os pesquisadores identificaram os restos mortais como sendo femininos e nomearam o esqueleto de Zuzu. No entanto, muitos pesquisadores afirmam que o indivíduo era, na verdade, do sexo masculino.
Para solucionar a controvérsia, os pesquisadores tiraram dezenas de fotos do crânio de diferentes ângulos, e usaram a fotogrametria para criar um modelo virtual em 3D do crânio. Para isso, eles usaram a tomografia computadorizada de doadores virtuais vivos e aplicaram essa informação para “ajustar a estrutura do crânio” e criar uma aproximação do rosto de Zuzu, que é exibida no Museu da Natureza em Piauí, Brasil.
Os pesquisadores criaram duas aproximações, ambas retratando um jovem com nariz largo e lábios grossos. Uma das aproximações incluía cabelo e sobrancelhas, com base em informações fornecidas pelos doadores virtuais, enquanto a outra representava Zuzu com os olhos fechados e sem cabelo. Como a face digital estava “ligeiramente emaciada”, os pesquisadores retrairam a mandíbula inferior para combinar com uma lacuna deixada por alguns dentes ausentes.
Leia também : Pesquisadores reconstroem rosto de Hinat, uma mulher Nabateia que viveu há 2.000 anos na Arábia Saudita
A imagem foi renderizada em preto e branco, já que não há informações precisas sobre a cor da pele. Os pesquisadores escreveram: “Embora o crânio tenha afinidade com uma população asiática, entre os indivíduos dessa ancestralidade, existem muitas diferenças estruturais, que são contornadas pelo fechamento das pálpebras. Portanto, essa imagem seria a mais próxima do que poderia ser o rosto real.”
A recriação do rosto de Zuzu é uma forma de trazer um ancestral de milhares de anos de volta ao presente, tornando-o mais acessível ao público. É um marco importante na história do Brasil, especialmente para a região do Parque Nacional Serra da Capivara, onde o esqueleto foi encontrado.”