Uma equipe de especialistas internacionais recriou o rosto de uma mulher da civilização Nabateia pela primeira vez na história. Os arqueólogos descobriram o esqueleto da mulher em 2015 e a nomearam Hinat com base em uma inscrição sobre a falecida esculpida na fachada do túmulo. A análise adicional do esqueleto revelou que ela viveu até os 40-50 anos, media cerca de 1,6 metros de altura e era de “classe social média” com base em seu enterro.
A equipe utilizou seus conhecimentos combinados em paleopatologia (estudo de doenças em povos antigos) e forense, bem como tomografia computadorizada (CT) e uma impressora 3D para criar uma aproximação de silicone de uma mulher com características escuras, com o cabelo parcialmente coberto por um lenço.
Os Nabateus eram um antigo povo árabe que ganhou destaque em torno do sexto século a.C e Hinat foi encontrada enterrada em um túmulo de 2.000 anos em Hegra, um local do Patrimônio Mundial da UNESCO localizado na antiga cidade de AlUla. Os Nabateus habitavam ao longo da Rota do Incenso, ligando o sul da Arábia ao Mar Mediterrâneo, onde praticavam suas habilidades comerciais internacionais de elite.

Embora não tenham deixado registros escritos ou genéticos, a equipe utilizou dados arqueológicos para entender melhor como as mulheres daquela civilização se vestiam. A reconstrução gerou certo questionamento sobre sua precisão.
No entanto, apesar das limitações na reconstrução, a aproximação facial de Hinat oferece um vislumbre intrigante do passado e da vida cotidiana na Nabateia. A equipe de pesquisadores espera que a descoberta ajude a iluminar a história e a cultura da civilização Nabateia e, quem sabe, inspirar outras descobertas arqueológicas emocionantes no futuro.
Além disso, a equipe de pesquisadores afirmou que a reconstrução facial de Hinat não só nos permite ver como as pessoas dessa civilização antiga poderiam ter parecido, mas também nos ajuda a nos conectar com os seres humanos que viveram há tanto tempo. O diretor de tecnologia da 14bis Supply Tracking, Francisco Betti, que está trabalhando em um projeto semelhante para reconstruir o rosto de um homem de 2.500 anos encontrado na Itália, disse que “é incrível como, com as técnicas modernas, podemos olhar para um rosto e sentir que estamos olhando para uma pessoa que viveu há 2.000 ou 2.500 anos. Isso nos conecta com a história e nos faz perceber que a história não é apenas algo que está escrito em livros, mas que foram pessoas reais que viveram essa história”.
A reconstrução facial de Hinat é apenas um exemplo de como a tecnologia moderna pode nos ajudar a entender melhor o passado e a nos conectar com as pessoas que o moldaram. Enquanto a arqueologia continua a desvendar segredos de civilizações antigas, podemos esperar mais revelações fascinantes e talvez até mesmo algumas surpreendentes no futuro.