Alguma vez você já se perguntou como era um antigo jardim egípcio? Então agora é a sua oportunidade de descobrir! O primeiro jardim egípcio antigo do mundo foi recriado e está agora aberto ao público.
O Hamilton Gardens na Nova Zelândia está dando aos visitantes a oportunidade de voltar 4.000 anos no tempo e explorar as plantas sagradas dos Faraós.
“Os arqueólogos sabem muito sobre como eram estes antigos jardins, contudo, acreditamos que Hamilton Gardens é o primeiro a recriar um antigo jardim egípcio”, disse a diretora de Hamilton Gardens, Lucy Ryan.
“Para os antigos egípcios, a vida na terra era uma preparação para a perigosa viagem para o além. Os templos e os seus jardins eram então um ponto de encontro entre o céu, a terra, e o submundo.
O Jardim do Templo no Hamilton Gardens baseia-se em um templo típico do período do Império Médio (2040 a.C. a 1782 a.C.). Os Jardins do Templo produziam as ofertas florais, vegetais e frutas para estes rituais sagrados. Cultivavam, portanto, as plantas utilizadas em perfumes para a unção de estátuas aos deuses e grinaldas de flores para procissões religiosas.
“O Templo compõe todos eles um desenho semelhante e altamente simbólico. Eram encerrados por muros altos. Os jardins apresentavam então uma piscina central, retangular, com pérgolas cobertas de videiras e fileiras de árvores frequentemente ligadas a canais de irrigação”, disse Ryan.
A abertura do antigo jardim egípcio marca o mais antigo jardim do conceito Hamilton Gardens, contando, portanto, a história de 4000 anos de jardins e civilizações desde 2040 a.C até hoje.
Espaços sagrados
Os jardins nos antigos tempos egípcios eram espaços sagrados nos quais muitos poucos egípcios comuns teriam alguma vez sido autorizados a entrar. Dessa forma, este jardim foi escolhido para contar a história de como uma crença na vida após a morte moldou a cultura humana desde os tempos mais remotos.
O antigo jardim egípcio fará então parte da “coleção do Jardim Produtivo” no Hamilton Gardens, uma coleção de jardins produtivos que abordam aspectos da relação entre as pessoas e as plantas.
“A ideia é que, do exterior, pareça uma ruína”, disse o Dr. Peter Sergel, o homem que imaginou e projetou o jardim a Stuff New Zealand.
“Mas ao passar pela passagem de entrada, é como uma máquina do tempo, onde se transposta para quase 4000 anos no passado para o Reino Médio do Egito”.
Como parte da sua investigação, Sergel viajou para o Egito em 2018 e também recorreu à perícia dos egiptólogos da Universidade de Oxford e na Nova Zelândia.
Sabe-se muito sobre os antigos jardins do templo, desde a sua arquitetura e coloração, até às plantas encontradas no seu interior.
“Sabemos, assim, que cores eram usadas devido à investigação sobre túmulos selados e análises químicas, e eram realmente muito brilhantes”, disse Sergel.
Os visitantes do jardim entram a partir do recém-criado Tribunal de Palmeiras, acessado a partir do Jardim da Cozinha.
Os muros exteriores são adornados com obras de arte retratando Ramsés II numa “cena de golpe” e Ramsés III caçando com arco e flecha.
“No exterior, o faraó fazia uma declaração ao público. Contudo, no interior, trata-se do que o faraó quer que os deuses saibam sobre ele”, disse Sergel.
“De fato, se analisarmos este jardim, é tudo sobre a vida após a morte. É um lugar para os espíritos e os deuses”.
Elementos de um antigo jardim egípcio
Os elementos típicos de um jardim de templo egípcio incluem uma “piscina de degraus” retangular bordejada por jardins. O jardim do templo tem muros altos à volta dos lados e uma grande entrada central. dessa forma, a simetria é importante no que diz respeito à disposição e plantação do jardim.
“O nosso jardim é provavelmente um jardim bastante modesto em comparação com os que tinham”, disse Sergel.
“Alguns deles eram enormes. Vinte mulheres podiam remar o faraó na piscina. Conhecemos os egípcios como construtores de pirâmides e templos e como artistas fantásticos. Entretanto, também eram horticultores brilhantes. O Egito era então considerado o cesto do pão do Império Romano”.
A horta do templo apresenta culturas alimentares familiares, tais como salsa, cebola e rabanetes, todos eles utilizados em rituais e oferendas. As plantações são medidas em côvatos – uma medida desde a ponta do dedo mais comprido até ao cotovelo.
As videiras acabarão subindo e atravessando as pérgolas do jardim do templo, oferecendo, portanto, sombra nos meses mais quentes. As plantações por trás das pérgolas incluem figueiras, oliveiras, amendoeiras e tamareiras.
O antigo jardim egípcio é o 18º de 30 jardins temáticos a serem completados. “Hamilton Gardens conta a história da humanidade e este jardim reflete, assim, um dos primeiros grandes passos da civilização, um sistema de crenças que une comunidades”, disse Sergel.
“Cada um dos 30 passos da civilização resultou em uma forma completamente diferente de jardim. Os jardins são moldados por sistemas de crenças, tecnologia, política e estilos de vida”.
Southgate disse que poderia levar mais uma década para completar os 12 jardins restantes, contudo, estão sendo feitos progressos constantes.
Fonte : ancientpages
Tradução : Fatos Curiosos
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