Fundada por volta de 500 a.C. em Crotone, Itália, a Irmandade Pitagórica foi uma das primeiras sociedades secretas. Crotone era uma colônia grega florescente e um centro de intelectuais que trocavam ideias e teorias.
Depois de escapar ao domínio tirânico de Samos, o grande filósofo grego Pitágoras migrou para o sul da Itália e fundou a Escola Pitagórica de Matemática em Crotone.
Pitágoras de Samos (c. 570 – c. 495 a.C.) era uma das maiores mentes da época, contudo, era um filósofo controverso cujas ideias eram incomuns em muitos aspectos. Sendo um buscador da verdade, Pitágoras viajou para terras estrangeiras. Presume-se que tenha recebido a maior parte da sua educação no antigo Egito, o Império Neobabilônico, o Império Aquemênida e Creta.
Criação da Irmandade Pitagórica
Uma vez estabelecida a sua academia na cidade italiana, foi logo cercado por muitos seguidores que queriam adquirir alguns dos seus conhecimentos. Pitágoras foi uma pessoa notável que transformou o mundo antigo e ainda inspira os domínios da ciência, da matemática, da filosofia e das artes.
Além de ser um matemático brilhante, Pitágoras era também um místico. Uma vez fundada a Irmandade, os ensinamentos centrais giram em torno da matemática, do vegetarianismo rigoroso, da reencarnação, e dos cultos de Apolo e das Musas, antigas deusas padroeiras da poesia e da cultura.
A Irmandade Pitagórica era um culto, não muito diferente dos cultos modernos. Os membros iniciados tinham de fazer um juramento sobre um triângulo sagrado conhecido como os tetractys. Bem como entregar todos os seus bens mundanos ao grupo e fazer um voto de segredo. Tanto homens como mulheres foram autorizados a aderir à Irmandade.
O conhecimento da Irmandade não deve ser revelado a pessoas de fora, e os membros devem viver segundo um conjunto de regras estritas. A Irmandade Pitagórica serviu de protótipo a muitas sociedades secretas estabelecidas nos anos vindouros.
As crenças que Pitágoras mantinha eram:
- que, no seu nível mais profundo, a realidade é de natureza matemática,
- que a filosofia pode ser utilizada para a purificação espiritual,
- que a alma pode ascender à união com o divino,
- que certos símbolos têm um significado místico, e
- que todos os irmãos da ordem devem observar uma lealdade e um sigilo estritos.
Teorema de Pitágoras
“A física do século XX começou por volta de 600 a.C. quando Pitágoras de Samos proclamou uma visão fantástica. Ao estudar as notas soadas por cordas arrancadas, Pitágoras descobriu que a percepção humana da harmonia está ligada a proporções numéricas. Ele examinou cordas feitas do mesmo material, com a mesma espessura, e sob a mesma tensão, mas com comprimentos diferentes.
Nestas condições, verificou que as notas soam harmoniosas precisamente quando a relação dos comprimentos das cordas pode ser expressa em pequenos números inteiros. Por exemplo, a relação de comprimento 2:1 soa a uma oitava musical, 3:2 a quinta musical, e 4:3 a quarta musical.
A visão inspirada por esta descoberta é resumida na máxima “Todas as coisas são números”. Este tornou-se, portanto, o credo da Irmandade Pitagórica.
A Irmandade foi responsável por muitas e belas descobertas, todas elas atribuídas a Pitágoras. Talvez o mais celebrado seja o Teorema de Pitágoras. Este teorema continua a ser um dos principais cursos de geometria introdutória. É também o ponto de partida para as teorias de Riemann-Einstein sobre espaço curvo e gravidade.
Infelizmente, este mesmo teorema minou o credo da Irmandade. Usando o Teorema de Pitágoras, não é difícil provar que a proporção da hipotenusa de um triângulo direito isósceles para um dos seus dois lados mais curtos não pode ser expressa em números inteiros. Um membro da Irmandade que revelou este terrível segredo acabou se afogando depois.
O que aconteceu a Pitágoras e à Irmandade Pitagórica?
Muitos dos seguidores de Pitágoras provinham de famílias aristocráticas, e ele próprio era o responsável pela educação na cidade de Crotone. Infelizmente, a Irmandade Pitagórica não se limitou a estudos científicos, e isso acabou com os seus dias de glória. Uma vez que a Irmandade Pitagórica se tornou poderosa e politicamente influente, se envolveu em confrontos entre os partidos locais.
Em 508 a.C., a Irmandade Pitagórica se tornou então alvo de ataques por parte dos Cylons de Croton.
Segundo Iamblichus, um filósofo e biógrafo neoplatonista da Irmandade, Cylon ficou desapontado e furioso por não ter sido aceito como membro da Irmandade Pitagórica.
“Cylon era um importante cidadão de Croton com todas as vantagens do nascimento nobre, fama e riqueza. No entanto, de resto era um homem difícil, violento e tirânico que desejava participar no modo de vida pitagórico. Aproximou-se de Pitágoras, contudo, foi rejeitado por causa dos seus defeitos de caráter. Não habituado à rejeição, Cylon jurou procurar vingança e destruir Pitágoras e os seus seguidores. Desta forma, ativou uma poderosa campanha política de zelo agressivo contra os pitagóricos. “
Se esta foi a verdadeira razão por detrás do ódio, permanece desconhecida. Algo o levou a atacar a sede da Irmandade Pitagórica, e o edifício foi queimado até ao chão. Poucos membros do culto sobreviveram e escaparam. Os seguidores de Pitágoras Lysis de Tarentum e Philolaus fugiram para a Grécia e formaram pequenos círculos pitagóricos em Tebas e Phlious. Pitágoras conseguiu escapar à ira dos Cylons de Croton e se refugiou em Metapontum, onde morreu.
A filosofia e as crenças religiosas pitagóricas sobreviveram através de pequenas comunidades que continuaram a difundir os seus ensinamentos e do grande filósofo Platão, que admirava Pitágoras.
A Irmandade Pitagórica deixou de existir, contudo, o legado de Pitágoras ainda está vivo.
Fonte : ancientpages
Tradução : Fatos Curiosos
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