Uma grande carruagem cerimonial com quatro rodas encontradas em Pompéia já foi rotulada como uma descoberta excepcional que não tem paralelo na Itália.
O que torna a carruagem excepcional é que ela está quase intacta apesar do desastre que atingiu a cidade antiga quando o Monte Vesúvio entrou em erupção em 24 de agosto de 79 d.D. Na época, Pompéia da erupção foi uma das maiores explosões vulcânicas da história registrada. Nesse sentido, registros históricos mostram que a população de Pompéia e Herculano era de mais de 20.000. Até agora já localizaram os restos mortais de mais de 1.500 pessoas em Pompéia e Herculano.
Um projeto de escavação destinado a evitar saques levou à descoberta de uma carruagem cerimonial romana quase intacta em Pompéia. Crédito: Pompéia – Parco Archeologico
Alguns objetos sobreviveram a esta terrível erupção vulcânica, por exemplo, uma preciosa e marcante pintura romana antiga.
Arqueólogos encontraram restos de pessoas enterradas sob as cinzas. No entanto, não é sempre que eles encontram algo tão perfeitamente preservado como esta antiga carruagem cerimonial romana.
Escavação da carruagem cerimonial
Cientistas desenterraram a carruagem enquanto escavavam a vila suburbana de Civita Giuliana, além dos muros ao norte da antiga cidade de Pompéia. A escavação faz parte de um projeto que visa combater a atividade ilegal na área. Incluindo então a escavação de túneis para alcançar artefatos vendidos em mercados ilícitos.
Felizmente, os saqueadores perderam a sala onde a carruagem ficou por quase 2.000 anos, fazendo um túnel por ambos os lados, segundo o comunicado do parque.
Em cima de rodas de ferro altas, conectadas por um sistema mecânico avançado, repousa o carro leve (0,90 x 1,40 m), ou a parte principal da carruagem, onde o assento estava localizado, cercado por braço metálico e encostos, para um ou dois indivíduos. Crédito: Pompéia – Parco Archeologico
“Desde o início, a escavação da sala onde a carruagem foi encontrada revelou sua natureza excepcional. A área em questão é, na verdade, um pórtico de dois andares que se abre em um pátio descoberto. Apresentando então o teto de madeira carbonizado com sua rede de vigas, preservada em sua totalidade.
A carruagem ricamente decorada ao longo de ambos os lados, possi folha de bronze gravada alternada e painéis de madeira pintados vermelho e preto. Enquanto na parte traseira há um complexo e extenso sistema decorativo com três registros distintos com uma sucessão de medalhões de bronze e estanho com cenas figurativas. Crédito: Pompéia – Parco Archeologico
Análises
“De acordo com a perspectiva interdisciplinar consistentemente adotada nas escavações do Parque Arqueológico de Pompéia, foram realizadas análises arqueobotânicas na madeira, que mostraram que o teto foi construído de madeira de carvalho decíduo (Quercus sp. – cf. robur – carvalho inglês), madeira que era frequentemente utilizada na era romana para elementos estruturais. A estrutura de madeira carbonizada da porta no lado sul da sala, que ligava o pórtico ao estábulo onde os três equids foram descobertos recentemente, também foi preservada, e após análise foi identificada como beechwood.
A folha de bronze também é decorada em sua seção superior com pequenos medalhões, também em lata, que retratam cupidos envolvidos em diversas atividades. Na parte inferior da carruagem, há um pequeno rebanho feminino em bronze com uma coroa. Crédito: Pompéia – Parco Archeologico
Crédito: Pompéia – Parco Archeologico
O teto de madeira foi cuidadosamente consolidado, limpo e removido da área de escavação para permitir que as investigações continuassem.
Em 7 de janeiro, um artefato de ferro, a forma que sugeria a presença de um importante artefato enterrado, emergiu então da cobertura de material vulcânico que havia inundado o pórtico, logo abaixo do teto de madeira removido”, relata o Parque Arqueológico de Pompéia.
Este foi o início de uma surpreendente e valiosa descoberta arqueológica.
Onde encontraram a carruagem cerimonial?
A carruagem cerimonial foi encontrada dentro de um pórtico de dois andares que provavelmente enfrentou um pátio descoberto. Não muito longe do já investigado estábulo, ao qual estava conectado por uma porta.
Na carruagem, os pesquisadores puderam ver claramente componentes de ferro e belas decorações de bronze e estanho. Bem como restos de madeira mineralizada e impressões de materiais orgânicos.
“É uma descoberta extraordinária para o avanço do nosso conhecimento do mundo antigo”, declarou Massimo Osanna, diretor do Parque Arqueológico, “Em Pompéia foram encontrados veículos usados para o transporte no passado, como o da Casa de Menandro, ou as duas bigas descobertas na Villa Arianna (uma das quais pode ser admirada no novo Antiquarium Stabian) , mas nada como a carruagem Civita Giuliana.
O que temos é uma carruagem cerimonial, provavelmente o Pilentum referido por algumas fontes, que foi empregado não para uso diário ou para transporte agrícola, mas para acompanhar festividades comunitárias, desfiles e procissões.
Carruagem única
Este tipo de carruagem, que nunca antes emergiu do solo italiano, tem comparação com achados descobertos há cerca de quinze anos dentro de um monte funerário na Trácia (no norte da Grécia, perto da fronteira búlgara). Uma das carruagens trácios se semelha à nossa. Mesmo que não tenha as extraordinárias decorações figurativas que acompanham o achado pompeiano.
As cenas nos medalhões que embelezam a parte traseira da carruagem referem-se, portanto, a Eros (sátiros e ninfas).
Considerando que as fontes antigas aludem ao uso do Piletum por sacerdotisas e senhoras, não se pode então excluir a possibilidade de que esta poderia ter sido uma carruagem usada para rituais relacionados ao casamento, por levar a noiva à sua nova casa.
Se toda a operação não tivesse sido iniciada cortesia da sinergia com o Ministério Público de Torre Annunziata, com a qual foi assinado um memorando de entendimento para combater os fenômenos criminosos de saqueamento de sítios arqueológicos e achados de tráfico e obras de arte, teríamos, portanto, perdido testemunhos extraordinários que reforçam nossa compreensão do mundo antigo”.
Fonte : ancientpages
Texto Original : Jan Bartek
Tradução : Fatos Curiosos
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