Cultura misteriosa cucuteni-trypilliana queimou seus assentamentos por razões desconhecidas

A misteriosa cultura Cucuteni-Trypillian viveu na Europa Oriental há milhares de anos. Eles deixaram para trás uma série de artefatos antigos intrigantes, assentamentos destruídos e santuários sagrados. Ainda não está claro por que e como eles desapareceram. Também é um mistério por que eles queimavam regularmente seus assentamentos.

Essas pessoas viviam em uma área de cerca de 35.000 quilômetros quadrados, incorporando partes da atual Moldávia, Romênia e Ucrânia, entre 5400 e 2700 a.C.

A descoberta da cultura Cucuteni-Trypillian

A cultura foi inicialmente nomeada em homenagem à vila de Cucuteni na Romênia.

 Em 1884, Teodor T. Burada, depois de ter visto fragmentos de cerâmica no cascalho usados para manter a estrada de Târgu Frumos a Iaşi, investigou a pedreira em Cucuteni de onde o material foi extraído, onde encontrou fragmentos de estatuetas de cerâmica e terracota.

Ao mesmo tempo, em 1893, os primeiros locais ucranianos atribuídos à cultura foram descobertos por Vicenty Khvoika, que encontrou ruínas antigas perto da vila de Trypillia, no distrito de Obukhiv, no oblast de Kiev, no centro da Ucrânia.

Antes da descoberta do Trypillia no final do século XIX – uma época em que grandes descobertas arqueológicas estavam ocorrendo em várias partes do mundo – parecia que a Europa Oriental não havia feito contribuições pré-históricas notáveis para o desenvolvimento da chamada civilização na região. Mas tudo isso mudou em 1893, quando arqueólogos começaram a explorar as ruínas desses antigos assentamentos e descobriram que a cultura cucuteni-trypilliana havia estabelecido cidades para acomodar até 15.000 habitantes, sendo alguns dos maiores assentamentos da história neolítica europeia (7000 a.C.)

O Cucuteni-Trypillian deliberadamente queimou seus assentamentos regularmente

Na era do meio, a cultura Cucuteni-Trypillian se espalhou por uma ampla área da Transilvânia Oriental a oeste até o rio Dnieper, a leste. Durante esse período, a população imigrou e se estabeleceu ao longo das margens das regiões superior e média da Margem Direita (ou lado oeste) do rio Dnieper, na atual Ucrânia. A população cresceu consideravelmente durante esse período, resultando em assentamentos sendo estabelecidos em planaltos, perto de grandes rios e nascentes.

Enquanto investigavam as ruínas deixadas pela cultura Cucuteni-Trypillian, arqueólogos notaram algo estranho. Esses povos antigos deliberadamente queimaram seus assentamentos depois de alguns anos.

O propósito da destruição periódica dos assentamentos, com cada local de habitação única tendo uma vida útil de aproximadamente 60 a 80 anos, continua a ser objeto de debate entre os estudiosos. Alguns dos assentamentos foram reconstruídos várias vezes em cima dos níveis habitacionais anteriores, preservando a forma e a orientação dos edifícios mais antigos. Um local em particular, o sítio Poduri (Romênia), revelou treze níveis de habitação que foram construídos em cima um do outro ao longo de muitos anos.

Tesouros arqueológicos e santuários sagrados da cultura Cucuteni-Trypillian

Os tesouros arqueológicos recuperados desses locais incluem estatuetas de homens e mulheres, armas e outros itens feitos de cobre e outros metais, barro intrincadamente padronizado e materiais de construção de argila. As estatuetas femininas têm rostos sem características, enquanto os machos têm rostos ovais e alongados com narizes proeminentes e olhos profundos. Algumas das estatuetas estão nuas, enquanto outras estão vestidas, com os estilos de roupa mudando ao longo dos anos, e as fêmeas usavam seus cabelos em estilos diferentes.

Durante as escavações, arqueólogos encontraram vários santuários sagrados. Artefatos encontrados dentro desses santuários foram intencionalmente enterrados no chão dentro da estrutura. Esses objetos são, claramente de natureza religiosa, e forneceram insights sobre algumas das crenças, e talvez alguns dos rituais e estrutura, dos membros desta sociedade.

Muitos desses artefatos são estatuetas de argila ou estátuas. É comumente assumido que muitos desses artefatos são fetiches ou totens, que se acredita estarem imbuídos de poderes que podem ajudar e proteger as pessoas que cuidam deles.

O fim da cultura Cucuteni-Trypillian continua sendo uma questão em aberto

Por que a cultura Cucteni-Trypullian desapareceu permanece desconhecida. Estudiosos têm debatido o fim da cultura e há várias teorias.

De acordo com a arqueóloga Marija Gimbutas, a cultura cucuteni-trypillian chegou a um fim violento em relação à expansão territorial da cultura kurgan. Os defensores da Hipótese Kurgan afirmam que um violento confronto ocorreu durante a terceira onda de expansão de Kurgan entre 3000-2800 a.C., encerrando permanentemente a cultura Cucuteni-Trypillian.

J.P. Mallory, um arqueólogo irlandês-americano não está convencido de que a cultura Cucteni-Trypullian teve um fim violento. Em vez disso, ele aponta que há evidências arqueológicas indicando o que ele chamou de “idade das trevas”, durante as quais a população buscou refúgio em todas as direções, exceto no leste. Ele cita evidências de que os refugiados usaram cavernas, ilhas e colinas (abandonando no processo 600-700 assentamentos) para defender a possibilidade de uma transformação gradual em vez de um ataque violento que provocasse a extinção cultural.

Outra teoria, sobre o fim da cultura cucuteni-trypilliana, surgiu com base em uma mudança climática que ocorreu no final da existência de sua cultura que é conhecida como a fase Sub-Boreal Blytt-Sernander. A partir de 3200 a.C., o clima da Terra tornou-se mais frio e seco do que nunca desde o fim da última era glacial, resultando na pior seca da história da Europa desde o início da agricultura. Uma vez que o povo cucuteni-trypillian consistia principalmente de agricultores, a cultura teria entrado em colapso sob essas condições climáticas.

Fonte : ancientpages

Texto Original :  Ellen Lloyd 

Tradução : Fatos Curiosos