
Em janeiro de 2023, um grupo de arqueólogos descobriu os restos mumificados de Hekashepes, um homem que viveu por volta de 2300 a.C., enquanto escavavam túmulos na antiga necrópole de Saqqara, perto do Cairo, no Egito. O corpo foi encontrado dentro de um sarcófago de calcário e estava extraordinariamente bem preservado para o período.
Por que os antigos egípcios mumificavam seus mortos?
Os egípcios praticavam a mumificação para preservar o corpo para o Ka, a essência da alma. Eles acreditavam que, sem um corpo físico para retornar, o Ka não poderia se servir das ofertas de alimentos trazidas para o cemitério, o que faria o Ka vaguear pelo mundo dos vivos como um espírito pernicioso. Os métodos de mumificação foram desenvolvidos gradualmente e a descoberta de Hekashepes é significativa para entender as técnicas usadas.
Como Hekashepes foi preservado?
Os braços e as pernas de Hekashepes foram embalados individualmente para dar a aparência de corpo vivo. Sua cabeça foi pintada com olhos, boca e cabelo escuro. Além disso, as folhas de ouro foram cuidadosamente aplicadas para dar a ilusão de pele dourada. Segundo as crenças do Egito Antigo, o ouro era a cor dos deuses. Dourar os corpos dos mortos expressava a ideia de que eles adquiriam qualidades divinas na vida após a morte.
O que a descoberta nos ensina?

Além do corpo mumificado de Hekashepes, os arqueólogos encontraram um grupo de estátuas de calcário bem preservadas que ilustram os papéis de gênero e a importância da família como unidade social básica na sociedade do Egito Antigo. As imagens refletem a importância depositada sobre o trabalho doméstico das mulheres e a obrigação dos vivos de fornecer oferendas de alimentos para sustentar seus parentes na vida após a morte. A descoberta de Hekashepes e as estátuas nos dão esperança de que outros restos humanos preservados daquele período sejam encontrados para aumentar nossa compreensão sobre a vida no tempo das pirâmides.