
Pesquisadores da Universidade do Noroeste, localizada em Evanston, EUA, trouxeram novas perspectivas sobre o entendimento dos buracos negros supermassivos, um dos fenômenos mais misteriosos do universo, com base em seu recente estudo publicado na The Astrophysical Journal. A pesquisa foca em um comportamento atípico desses buracos negros, especificamente, sua capacidade de ligar e desligar, em intervalos de tempo relativamente curtos, os jatos de radiação que emitem.
Os cientistas se concentraram em quasares específicos, que foram apelidados de “quasares com interruptor dimmer” devido ao seu funcionamento irregular. Estes quasares são formados por um voraz buraco negro supermassivo e um disco de acreção composto por gás e poeira cósmica. Este último alimenta o buraco negro durante um extenso período, que pode se estender por mais de 10 mil anos.
Nick Kaaz, astrofísico e líder do estudo, levanta uma questão intrigante sobre o alinhamento desse processo alimentar: se o gás não tem consciência da direção em que o buraco negro gira, por que estariam automaticamente alinhados? Ao explorar essa questão, a equipe optou por simular um cenário onde o disco de acreção e o buraco negro giravam em direções opostas. O resultado foi surpreendente: o disco de acreção se deformou e dividiu-se em dois, um interno e outro externo, com movimentos rotativos contrários.
O fenômeno chamado “arrasto de quadro” foi identificado como a principal causa desse comportamento. Em suma, quando os buracos negros giram, eles distorcem e puxam o espaço ao seu redor, causando efeitos distintos nos materiais próximos e distantes do buraco. Esta força rotativa pode ser comparada à de um carrossel em movimento, arrastando tudo em seu entorno.
Estas descobertas podem elucidar por que alguns quasares, apesar de serem os corpos celestes mais luminosos no céu noturno, aparecem e desaparecem misteriosamente. Esse novo entendimento traz uma visão revolucionária sobre a dinâmica dos buracos negros e seu processo alimentar, abrindo novos caminhos para estudos futuros no campo da astrofísica.
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